CHEGOU A HORA DA REAÇÃO!
Prof. Roberto Burkhardt
Três artigos sobre educação publicados na revista "Le Monde Diplomatique", edição brasileira, nº 39, intitulados respectivamente "Escolas privadas: desempenho pífio", "Gratuitos, mas desiguais" e "Adaptação e flexibilidades", nos dão a medida exata da origem e das propostas que alavancam os projetos implantados para a educação no Brasil. A UPE, até agora, pobre em promoção de uma discussão mais profunda sobre políticas educacionais, caminha pela trilha do conformismo, da aceitação do statusquo e das determinações do governo que segue o figurino das imposições da classe hegemônica, que impõe o projeto neo-liberal, portanto a ditadura do mercado.
Se referenciarmo-nos pelas categorias da dialética sobre a contradição e sobre o real e o possível, concluiremos que chegou a hora de uma reação à altura que venha frear os projetos que querem nos impingir. A crise do capital e a constatação da falência do modelo de educação serão nossos aliados nessa luta. A desvalorização dos professores e servidores técnico-administrativos, levados ao estado de premendicância com reflexo na qualidade do ensino e uma realidade inconteste. A evasão de professores da UPE, motivada pela falta de condições de trabalho, principalmente pela baixa remuneração, é intolerável. As imorais contratações provisórias em regime de CLT, com o artifício das seleções simplificadas, redundam na queda da qualidade de ensino.
Preocupante é que tanto a reitoria quanto o CONSUN, órgãos máximos na gestão da universidade, aceitem esta aberração política imposta pelo governo. Mais preocupante, ainda é a comunidade calar. Parece até que perdemos a capacidade de nos indignar.
Devemos seguir o exemplo do SINDUPE, Sindicato dos Servidores, que há muito, em seu boletim, vem se posicionando contra essa violação da Constituição que aponta para o concurso publico. Alertam, ainda, para o processo de privatização mascarada, já que o percentual de servidores terceirizados beira os 50%.
O argumento em defesa das contratações provisórias é que, ao recusarmos a forma, perderemos a condição de funcionarmos. Dizia-se o mesmo durante a luta pela gratuidade! Passamos anos e anos nos rendendo aos argumentos da Reitoria, de pró-reitores e diretores das unidades que diziam: "Se outorgarmos a gratuidade, as unidades não terão como funcionar". De repente, atendendo às estratégicas políticas eleitorais, é concedida a gratuidade. O governo encontrou a formula "magica" de viabilizar o funcionamento das escolas. Concluímos que chegou a hora de radicalizarmos nossa posição em defesa da qualidade do ensino da UPE, conscientes de que só na luta garantiremos à UPE o status de Universidade na avaliação que culminara em 2016.
Mostremos aos nossos dirigentes os caminhos da luta pela educação que garanta a dignidade do povo.
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