Caros amigos e amigas.
Hoje, vou pegar no pé das montadoras de porcarias, isto é, da indústria de automóveis.
"o brasileiro ama seu automóvel" / "o custo brasil é alto demais"
Com estas e outras babaquices a grande imprensa(?) brasileira e os magos da enganação (agências publicitárias) criaram vários mitos para que a indústria automobilística (desde de sempre) vendesse MUITO CARO as suas porcarias.
Na no final da década de 70, as industrias produziam 1 milhão de veículos/ano e justificavam(?) o alto preço deles por causa da "escala de produção". Em 2010, foram vendidos, apenas no Brasil, de 3,68 milhões de veículos, mas os preços continuaram altos. Em 2010, o Brasil foi o 5º maior produtor e o 4º maior consumidor de veículos. E onde foi parar a tal da "escala"? No bolso das montadoras.
Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30% no ano 2000 para 35% em 2010 (a imprensa chega a divulgar até 50%), o imposto sobre os veículos não acompanhou esse aumento. Porém, para justificar(?) os aumentos, foram usados o falso argumento do "aumento da carga tributária".
As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países.
Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes (a Ford e a GM que o digam) e que grande parte desse lucro provem da venda dos carros com aparência fora-de-estrada, cujos preços apenas os muito alienados e endinheirados pagam.
Ainda segundo a pesquisa, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.
O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil.
Fabricado no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX), em cujo preço está incluído o frete (R$ 3,5 mil) mais a margem de lucro da revenda (R$ 2 mil). Restam, portanto R$ 20,3 mil.
Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma resulta em = R$ 40.692,00.
Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o "Lucro Brasil" (adicional) é de R$ 15.518,00, ou seja, R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.
Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.
Outro exemplo de "exploração" é o Hyundai ix35, que é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, enquanto que o "alienado" brasileiro paga pelo mesmo modelo a mixaria de R$ 88 mil.
Vale relembrar que o imposto na Argentina é de 24%, enquanto aqui no Brasil é de 30%.
R$ 56 mil + 6% diferença de imposto = R$ 59.360 - LUCRO BRASIL = R$ 28 MIL
Aqui, o chamado carro popular(?) tem uma carga tributária total de 24% e não 50% como alardeia a imprensa(?).
Infelizmente para o povo é que as malditas empreiteiras, os malditos bancos e a maldita indústria automobilística sempre tiveram a "proteção" dos governos. Porquê será? Me engana que eu gosto!!!
Em 2008, um Volks modelo Fox completo custava R$ 38.000,00 - em 2011, o "mesmo modelo" custa R$ 48.000,00. Em apenas 3 anos teve um pequeno aumento de 26,3%. Quanto deste percentual foi parar no bolso das montadoras? Deduza a inflação do mesmo período e você ficará sabendo.
Um dos argumentos usados para acabar com a CPMF era que o "preço" dos automóveis iria cair até 5%, porque o imposto atingia toda a cadeia produtiva e etc. Caiu? Sim, caiu... no bolso das montadoras.
Por tudo isso, e muito mais, quando você ouvir alguém falar em "custo Brasil" para justificar o preço de alguma porcaria, peça para o infeliz se informar, porque, certamente, ele está confundindo - custo Brasil com LUCRO BRASIL.
Felizmente, os automóveis e utilitários chineses estão chegando no Brasil e a farra das montadoras tende a ser desmoralizada. A JAC Motores, com os seus modelos "jotas", é uma amostra da "nova concorrência".
Renato de la Rocha
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