Cachete - S. M. Antigamente, no Nordeste do Brasil, era assim que se chamava qualquer comprimido para dor.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Massacre de Sabra e Shatila... 29 Anos Depois


Atenção - Cenas Fortes!!!

Esse mês de setembro marca 29 anos do Massacre de Sabra e Shatila, que aconteceu no Líbano, em 1982. Desde então, são 29 anos de agonia, memórias e traumas dos sobreviventes de uma das piores campanhas criminosas de Israel contra civis palestinos. Os culpados nunca foram punidos, assim como os sobreviventes nunca foram indenizados. 
Em junho de 1982, as forças de ocupação israelenses, ainda comandadas por Ariel Sharon, então Ministro da Defesa, invadiram o Líbano e ocuparam Beirute. Após dois meses de um violento cerco focando os ataques em áreas civis, um cessar-fogo foi conseguido pelo enviado estadunidense Philip Habib. As forças da OLP (suposto motivo da invasão israelense) deixaram o Líbano como ditava os termos do acordo. Mas os planos de Israel não eram tão claros – eles mantiveram o cerco à capital libanesa. Em julho do mesmo ano, Ariel Sharon anunciou sua intenção de permitir a entrada da milícia do Partido Falange, de Bashir Gemayel, presidente recém-eleito do Líbano graças a um golpe israelense, nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila para “limpar o local dos terroristas remanescentes”. Os falangistas, uma milícia maronita de extrema-direita, aliada do “lar nacional judaico”, era o maior exército privado do Líbano. Ironicamente, as forças da OLP – os “terroristas” – já haviam deixado o Líbano. Em 15 de setembro, jatos militares e tropas israelenses já haviam armado um cerco nos campos de refugiados palestinos. No dia seguinte, com o cerco israelense armado e seguro, Israel deu a luz verde para a milícia de Gemayel invadir Sabra e Shatila. Sabendo que, na realidade, nenhum “terrorista” estava no local, apenas 150 soldados de Gemayel invadiram os campos no final tarde do dia 16 de setembro. Pelas próximas 40 horas, os soldados estupraram, mataram e feriram civis palestinos, a maioria deles mulheres, crianças e idosos, sob a observação sistemática das forças israelenses. Duas horas depois do início da matança, relatórios terríveis chegaram ao comando israelense, mas ninguém se mexeu. Nunca será possível saber o verdadeiro número de vítimas do massacre – além das mais de mil pessoas que foram enterrados em covas coletivas construídas pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Beirute, centenas de outras nunca foram encontrados. A estimativa de mortos gira em torno de 2500 a 3000 civis palestinos. As vítimas e sobreviventes do crime até hoje não tiveram o direito de nem sequer ter uma investigação formal da tragédia. O Knesset, o parlamento israelense, abriu uma comissão de inquérito sobre o caso, presidida por Yitzhak Kahan. Apesar das limitações da comissão (por ser política e não judicial, ignorando dessa forma as vozes das vítimas), concluiu-se que Ariel Sharon foi diretamente o responsável pelo massacre, e recomendou que ele fosse destituído de suas atribuições de Ministro da Defesa. Oficialmente, Sharon resignou o cargo. Na realidade, porém, ele continuou agindo livremente como Ministro da Defesa de Israel, somente não carregando o nome do cargo. Em 19 de setembro do mesmo ano, a ONU condenou o massacre através da Resolução 521. Pouco depois, em dezembro, a Assembléia-Geral da ONU classificou o massacre como “um ato de genocídio”. Apesar disso, o homem que foi “pessoalmente responsável” pelo crime, assim como seus associados, nunca foram punidos e nem sequer julgados. Em 1984, os jornalistas israelenses Ze'ev Schiff e Ehud Ya'ari concluíram a história do massacre com as seguintes palavras: “Se existe uma lição moral para o doloroso episódio de Sabra e Shatila, ela ainda precisa ser reconhecida”. Essa realidade permanece ainda hoje.

Fonte: Blog Sol do Deserto


Opinião dO Cachete:
E apenas o 11 de setembro é lembrado...

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(Joseph Pulitzer)