Reinaldo Azevedo Ele sabe o que é ter câncer |
A educação pelo câncer
Enviam-me aqui um texto de Gilberto Dimenstein, um dos monopolistas da bondade de que a nossa imprensa anda cheia. O título de sua crônica é este: “Câncer de Lula vai servir de lição”. Santo Deus! Segundo o jornalista, “o país vai conhecer, como nunca conheceu, os efeitos no cigarro, apesar de tantas campanhas realizadas há tanto tempo.” Ele lembra que o tumor do ex-presidente apareceu “justamente na laringe, por onde passa a habilidade de Lula em convencer as pessoas em seus discursos.” Achou que era pouco e avançou na conclusão: “Infelizmente é desse jeito, com as pessoas sentindo-se próximas e vulneráveis diante de uma ameaça, que se consegue mudar atitudes.”
Dimenstein lembra aquele meu interlocutor, que passou a merecer o meu desprezo. O sentido de sua crônica horrível é este: “Viu? Quem mandou fumar?” Não pára aí: “Justo na laringe, hein???” E encerra com um norte moral: O terror é didático.
É claro que já antevejo todas as pautas que vão pipocar sobre o câncer de laringe e sua relação com o cigarro. Dado o contexto, fazem sentido. Lula é personalidade pública. O que acontece a pessoas como ele tem sempre grande repercussão. Mas eu realmente repudio essa tentativa de se ver a doença pelas lentes de uma espécie de moral, ainda mais quando se conclui que o medo ilumina a razão.
Em síntese: Lula não está doente porque quer, não está doente porque merece, não está doente para ter uma lição de vida. Estará hoje nas minhas orações. Doenças não tornam a gente nem melhor nem pior. Elas só nos ensinam que é preciso vencê-las. O resto é mistificação de tolos que acreditam na didática ou na pedagogia do tumor. Por alguma razão, certo cretinismo pretende que um nódulo vai ensinar aos doentes o que não lhes ensinaram nem Deus nem a ciência.
Torço para que Lula saia incólume dessa. Força aí, meu Apedeuta!
Opinião dO Cachete:
Não gosto do Reinaldo Azevedo. O acho um dos maiores canalhas do PIG. Mas achei bastante decente este artigo postado por ele. Ele sabe o que é ter câncer e hoje, graças a Deus, está curado! O que me permite dizer, sem culpas, em momentos de raiva, que "os médicos tiraram o cérebro dele e deixaram o tumor"; eu sei que ele está curado! Valeu, Tio Rei (vou chamá-lo assim, só agora). Obrigado pelo texto!
Sr. Dimenstein, que merda! Não? Nem o Reinaldo Azevedo gostou!
E acabou o armistício!!! De volta à guerra, Reinaldo Azevedo!
Um comentário:
Cumpadi,
Voiuy lhe dizer: que maestria do Reinaldo! Estou encantado com tamanha precisão didática acerca do "moralismo idiota" de certos entes.
Tio Rey foi fenomenal e aí tiro o chapéu para ele. Fantástico!
Quanto ao Dimenstein... Gostaria de mandar ele... bom... Deixa para lá! resrs
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