Renato de La Rocha |
Caros amigos e amigas.
Após um longo tempo sem escrever para vocês, hoje, sinto-me compelido a escrever, pois entendo que o assunto é muito importante para eu ficar indiferente e não compartilhar a minha opinião com vocês. Se tenho ou não razão, certamente, o "senhor tempo" nos dirá, bem como confesso que estou torcendo muito para que eu esteja equivocado nas opiniões sobre os fatos que, a seguir, irei relatar para vocês e que intitulei de A SUPREMA PROVOCAÇÃO.
Então, vamos aos fatos e às minhas deduções.
Onze homens e mulheres, por "privilégios" da sua profissão de advogados, foram “escolhidos politicamente” entre mais de 180 milhões de pessoas, que jamais se submeteram ao voto popular, que ganharam de presente um cargo público vitalício, sem sequer prestar o devido e legal concurso público, com estabilidade absoluta no emprego, posto que a única punição é a “aposentadoria compulsória”, ganhando altíssimos salários e muitas mordomias, dignas de gente que ganha um prêmio milionário e de fazer inveja a qualquer membro das altas cortes dos antigos reinados europeus, sendo que, se tudo isso ainda não bastasse, estes homens e mulheres, depois da “posse da propriedade" do cargo, passam a ser considerados como semideuses, pois suas “decisões judiciais", além de "intocáveis e finais", não devem ser discutidas e muito menos contestadas, apenas cumpridas.
Apenas onze homens e mulheres - os "escolhidos", depois ungidos, compõem a mais alta corte da Justiça(?) brasileira – o Supremo Tribunal Federal – STF, que, desde o dia 2 de agosto deste ano, do alto dos seus cargos e com suas ridículas e grotescas capas pretas, passaram a julgar um processo, que ficou popularmente conhecido como “mensalão”, contra políticos do PT e de outros partidos. Então, desde este dia, passaram a agredir o povo brasileiro com as suas opiniões surreais, ilações sem nexos, sem provas nos inquéritos e totalmente alheios à realidade brasileira, para satisfazer a vontade e os obscuros interesses dos grupos conservadores, dos reacionários e da grande imprensa brasileiros, inconformados por estarem longe do poder há mais de 10 anos e com perspectivas de ficarem outros 10 anos longe das gordas tetas das verbas públicas, conseguiram transformar o STF num tribunal de exceção para condenar o povo brasileiro porque este, desde 2002, “votou mal” nas eleições, votou contra o domínio de mais de 500 anos das "elites" políticas, econômicas e religiosas. Como os negros da senzala poderiam governar a "casa grande"? Segundo a ótica dos neo-golpistas, isto é a "inversão dos valores".
Não podemos esquecer que as "decisões condenatórias" deste tribunal de exceção estão sendo "festejadas" nos EUA e em grande parte da Europa, pois eles creem que também poderão ser "beneficiados" com a condenação de um governo popular, com fundamentos socialistas e anti-liberal, posto que, tanto os EUA quanto grande parte da Europa, foram derrotados e desmoralizados com a sua política neoliberal e financeira de favorecimento aos grandes grupos econômicos.
Embora a grande imprensa esconda dos seus infelizes consumidores, este julgamento é sim um “tribunal de exceção” e que está sendo transmitido para o mundo. Ninguém, mesmo com o mínimo de conhecimento, pode deixar de ver que é um julgamento político contra os réus.
Quando iniciou o julgamento, denominei-o de CIRCO JURÍDICO-MIDIÁTICO e o tempo comprovou que foi um "bom apelido", posto que tudo virou um circo, onde palhaços e malabaristas fazem as suas apresentações para a diversão da grande imprensa. Provas nos autos, pouco ou nada interessam, basta o “entendimento” dos semideuses para condenarem os réus. Os argumentos que ontem foram usados pelo STF para absolver o ex-presidente Collor, hoje, estes mesmos argumentos são descartados para condenar os "novos réus" do Partido dos Trabalhadores.
No dia 2 de agosto, quando o suspeito de prevaricação e procurador geral da República, Roberto Gurgel, que engavetou, por mais de dois anos, um processo contra o Demóstenes Torres, Carlinhos Cachoeira e outros membros da quadrilha, exercendo a função de “promotor de justiça” começou a ladainha jurídica, foi também o início das agressões e, desde então, estas não pararam mais. Agressões contra a “política brasileira”, contra os “políticos brasileiros”, contra o Partido dos Trabalhadores e contra todos que ousaram tornar o Brasil um país independente, não mais subserviente aos interesses dos EUA, menos desigual e resgatado o nacionalismo dos brasileiros. O julgamento(?) tornou-se como uma forma de vingança dos "ungidos" contra o povo por este ter votado nos governos populares do Lula e da Dilma. É a desforra dos sem votos, da minoria e dos inconformados contra os governos populares.
Sim, é uma desforra, porque as oligarquias corruptas jamais aceitaram as derrotas nas eleições de 2002, 2006 e 2010.
Afirmo que é um tribunal de exceção porque o “mesmo esquema”, que ora está sendo julgado e massacrado, foi feito pelos representantes destas oligarquias nos anos de 1997 e 1998, tais como: compra de votos para alterar a Constituição para reeleger o presidente FHC do PSDB; esquema de arrecadação ilícita de dinheiro, mais conhecido como “mensalão mineiro” do PSDB, tendo como “operador do esquema” o mesmo réu de hoje – Marcos Valério. Marcos Valério e seus esquemas foram “criados” pelo PSDB e que muito serviu aos propósitos do PSDB e das oligarquias que este partido representa. Tudo com rios caudalosos de provas, mas tudo isso foi ignorado pelo STF, que decidiu engavetar o processo e o julgamento do PSDB para dar "prioridade" no julgamento, convenientemente agendado para um período eleitoral, a fim de achincalhar com o PT e todos os milhões de brasileiros que votaram neste partido.
Hoje, até o ex-presidente FHC, vejam só a que ponto chega a arrogância desta corja, está pousando para a imprensa como um político ético e honesto, pois ele tem absoluta certeza de que ninguém irá confronta-lo com os reais fatos e as "verdades", que ocorreram no seu governo, tais como a compra de votos para a sua reeleição e toda a sujeira que ficou para trás das privatizações das empresas estatais. FHC disse que "está na hora de moralizar a política".
Em qualquer nação do mundo, que tenha um judiciário sério e honesto, este cara estaria preso por "crimes de lesa-pátria" (danos ao patrimônio público), mas aqui, além de livre, ele é festejado e prestigiado pela grande imprensa e por todos os neo-golpistas de plantão.
Nem mesmo o "livro dossiê" - A PRIVATARIA TUCANA, com centenas de provas oficiais e legais, acusando o José Serra e o PSDB de furtos e propinas avaliados em mais de R$ 1 bilhão, jamais foi notícia na imprensa corrupta e, muito menos, alvo de investigação da mesma procuradoria que, hoje, acusa membros do PT de corrupção. Um bilhão de reais desviados em propinas oriundas da PRIVATARIA TUCANA. Mas quando o crime é cometido pelas elites, para o STF, o destino é a gaveta, como foram durante os oito anos do governo FHC. Os criminosos, Cacciola, que fugiu com a benevolência do STF, e Daniel Dantas, que continua solto por benevolência do STF e o "engavetamento" do mensalão do PSDB são fatos incontestáveis de que o STF usa de dois pesos e duas medidas para julgar.
Mas engana-se quem pensa que este julgamento é ou será apenas para condenar os infelizes réus, que ora estão sendo massacrados pelas artimanhas e pelas chicanas jurídicas dos "ungidos" do STF, ele tem a inequívoca proposta para a ruptura do processo democrático, que vem dando vitórias e mais vitórias do povo contra as oligarquias e contra os seus meios que enganação e de desinformação, ou seja, a grande imprensa. O atual julgamento(?) e as "condenações" do ex-ministro José Dirceu, do Partido do Trabalhadores e do governo do presidente Lula, é um "balão de ensaio", para o próximo passo - o Lula, que, certamente, será a próxima vítima de um julgamento de exceção, posto que, como já está comprovado, a falta de provas não terá importância alguma para leva-lo a um "julgamento" e à condenação pelo STF. O processo judicial, o julgamento e a condenação do ex-presidente Lula serão os próximos passos das oligarquias e da grande imprensa corruptas para retomar o poder.
As provocações e as agressões promovidas pelos semideuses terão como objetivo e motivação para "julgar" o ex-presidente Lula – fazer o povo revoltar-se contra o “julgamento”, provocar um caos social e assim “dar motivo” para um “golpe branco” através da interferência dos militares para “trazer a ordem e a paz”. Engana-se quem pensa que os militares estão "satisfeitos", estes também se consideram "semideuses" e veem com "maus olhos" qualquer política que beneficie a maioria do povo. Para eles, isto é "comunismo". Isto já foi feito aqui no Brasil nos anos 50 e 60 do século passado, quando estas mesmas oligarquias, igreja católica, militares e imprensa, usando dos mesmos artifícios e mentiras de hoje, derrubaram os governos populares do Getúlio Vargas (1954) e do João Goulart (1964), ambos acusados de "comunistas".
Há pouco tempo, golpe semelhante também foi feito em Honduras e, mais recentemente, no Paraguai e ambos os golpes de estado com o devido apoio dos "militares", da imprensa, da igreja católica e dos EUA.
Não foi sem motivos que a presidenta Dilma “ordenou” para que ninguém do seu governo fomentasse qualquer revolta contra o julgamento de exceção, proibiu até mesmo de darem “opiniões pessoais”, pois ela sabe que tudo será usado contra o seu governo. Digo também para que não estranhe o "silêncio" do Congresso, pois os políticos do PT e seus aliados sabem do "esquema" e que nada poderão fazer contra ele. O golpe será através ou provocado pelo Judiciário, tal como foi feito em Honduras e no Paraguai.
Felizmente, os movimentos sociais também entenderam que este julgamento de exceção é uma provocação à ruptura e por isso acredito que, até hoje, nenhum deles foi fazer manifestações de protestos contra o STF.
Tudo diz respeito ao SUPREMO, o supremo que deixou fugir Cacciola, o supremo que mantém solto o Daniel Dantas, o supremo que concedeu a liberdade para o assassino da missionária Dorothy Stang, o supremo que possibilitou a fuga do tarado Roger Abdelmassih, o supremo que deu "anistia" à Lei da Anistia, feita pelos torturadores da ditadura militar, e do supremo que inverteu a pauta do julgamento do mensalão do PSDB para atacar os governos populares do Lula e Dilma.
Infelizmente, nós, a maioria do povo brasileiro, temos que nos submeter à "vontade" de apenas ONZE SEMIDEUSES, manipulados pela grande imprensa, e ficarmos inertes diante da SUPREMA PROVOCAÇÃO para não dar motivos para um golpe de estado e evitar que as oligarquias corruptas, preguiçosas, racistas, egoístas e elitistas tomem o poder na marra, porque no voto eles vão ter que esperar por mais de uma década, se é que até lá elas consigam sobreviver sem as "tetas do governo".
E, para finalizar, sugiro ler o artigo escrito pelo Paulo H Amorim, que tem tudo a ver com as minhas opiniões, no seguinte endereço:
Meus caros amigos e amigas, recebam todos um fraterno abraço do seu inconformado e estressado amigo,
Renato de la Rocha
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