Primos que não se entendem
Publicado em 02.04.2009, às 18h31 - Sérgio Montenegro Filho
De passagem pelo Recife, há duas semanas, o governador mineiro Aécio Neves – um dos presidenciáveis do PSDB – levantou a tese de que, num futuro próximo, as gestões de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) serão analisadas por especialistas como uma só. O tucano tomou como base para sua teoria a proximidade das políticas econômicas e sociais aplicadas nos dois governos.
Aécio, porém, levantou um paradoxo: primeiro, insistiu na tese de que o PT herdou e deu continuidade às políticas econômica e social do PSDB. Em seguida, porém, prometeu apresentar, na campanha presidencial do próximo ano, um novo projeto para o Brasil. O governador deixou claro, com isso, o grande dilema tucano: defender o passado olhando para o futuro, sem cair em contradição no discurso eleitoral.
O presidenciável mineiro não está longe da verdade. Estudiosos da política afirmam que PSDB e PT são "primos legítimos". E observam que, ao longo do governo Lula, as semelhanças com a gestão tucana ficaram, de fato, tão evidentes que petista algum – por mais crítico que seja – consegue negar a continuidade da política monetária, com a estratégia de manutenção dos juros altos como instrumento de controle da inflação.
No lado negativo, também há semelhanças entre as duas administrações
No campo social, acontece o mesmo: programas de renda mínima implementados pelos tucanos, como Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação e Vale-Gás, foram ampliados e unificados pelos petistas num só: o Bolsa-Família. E, em ambos os casos, essas políticas terminaram servindo de plataforma eleitoral para um segundo mandato.
Se em 2005 Lula enfrentou as denúncias do mensalão – pagamento de propina a deputados para aprovar projetos –, o mesmo protagonista do escândalo, o publicitário Marcos Valério, já agia durante o governo anterior, em Minas Gerais. Ele coordenava, junto com tucanos, um esquema de corrupção e compra de votos, identificado posteriormente pelo Ministério Público. Também houve gente denunciando um "buraco" nas contas de campanha do PSDB, num caso semelhante aos "recursos não-contabilizados" da campanha petista.
Por último, há um "calo" comum ao PT e PSDB. Chama-se PMDB. Em ambos os governos, os peemedebistas não descansaram enquanto não conseguiram abocanhar uma gorda fatia de cargos – a serem loteados entre seus apadrinhados – em troca de apoio no Congresso Nacional. Partido com maior representação no Legislativo, sabe onde e como pressionar. E escolhe sempre o lado do poder.
O PMDB, aliás, tem sido um divisor de águas na briga entre tucanos e petistas desde o governo FHC. E deve continuar nesse papel na disputa de 2010, quando anunciar definitivamente para quem irá seu apoio. Por enquanto, porém, os peemedebistas se mantêm na base de Lula, aguardando uma melhor definição do cenário eleitoral. Para não errar de palanque.
Opinião deste Cacheteiro: Esse cidadão ainda tem deste negócio que ele cheirou? Porque comparar o Governo FHC - que quebrou o Brasil 3 vezes - com o Governo Luis Inácio "O Cara" Lula da Silva ou é uma grande brincadeira, ou esse cara tá drogado. Achar que o PT e o PSDB tem muita coisa em comum é risível. Acorda, garoto!!!!!!
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