Cachete - S. M. Antigamente, no Nordeste do Brasil, era assim que se chamava qualquer comprimido para dor.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Agora Danou-se... De Vez!

O Partido dos Militares

Oficiais, soldados e mulheres de integrantes das Forças Armadas e das polícias militares criam uma nova legenda para tentar voltar ao poder agora pelo voto

Cláudio Dantas Sequeira - Revista Isto é



PERSISTÊNCIA
Mulher de militar, Ivone Luzardo já foi candidata a deputada e agora preside o comitê do PMB no DF

Na terça-feira 5, a presidente Dilma Rousseff foi homenageada com a maior das condecorações militares, a Grã Cruz. Diante dos comandantes das Forças Armadas, ela fez uma referência aos anos de chumbo da ditadura, ao ressaltar que o Brasil soube corrigir seus caminhos e alcançou a maturidade institucional. O País vive dias de democracia plena e houve, sem dúvida, importantes mudanças nas casernas. Tanto assim que militares planejam agora voltar à política, mas sem truculência. Até o fim do mês será criado o Partido Militar Brasileiro, legenda que antes mesmo do registro oficial já conta com 17 mil pré-filiados, entre oficiais da reserva do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e integrantes da Polícia Militar e dos Bombeiros.
Há diretórios sendo criados em 27 Estados, site na internet e até hino, gravado no YouTube, em que um coro entoa palavras de ordem como soberania, democracia, igualdade e segurança pública. O novo partido terá como bandeira o combate à violência e à corrupção. Não aceitará filiação de fichas-sujas e nem fará coligações majoritárias se não for cabeça de chapa. “Os políticos não têm coragem para combater o crime organizado e estão mais interessados em se servir do poder”, diz o presidente do PMB, Augusto Rosa, que é capitão da PM em Ourinhos (SP). Ele afirma que o partido é de centro-direita, apesar de defender a política econômica e os programas sociais do governo.

Rosa faz um mea-culpa: “O golpe de 1964 foi um erro”. Mas sua posição não é majoritária. Também devem aderir à legenda vários generais da reserva, inclusive dirigentes dos clubes militares, tradicionais redutos do conservadorismo. Além disto, o PMB pretende lançar co¬mo candidato a presidente da República em 2014 o general Augusto Heleno, que na semana passada foi proibido pelo comando do Exército de fazer uma palestra intitulada “A contrarrevolução que salvou o Brasil”. Rosa e seus companheiros de farda defendem posições tão polêmicas como as do deputado federal Jair Bolsonaro (DEM-RJ). “Somos contra o casamento gay, a legalização do aborto e da maconha, e a favor da redução da maioridade penal”, afirma.
Apesar das restrições legais à atuação política de militares, Rosa, graças a providenciais licenças, concorreu a deputado federal nas eleições de 2002 pelo PDT, nas de 2006 pelo PV e, finalmente, em 2010 pelo PSB. A presidente do diretório do PMB no Distrito Federal, Ivone Luzardo, mulher de militar, também foi candidata a deputada distrital no ano passado pelo DEM. Apesar da frustração nas urnas, tanto Rosa como Ivone acham que o PMB não terá dificuldade em reunir as 500 mil assinaturas para o registro oficial.

Um comentário:

Geopolêmica disse...

Infelizmente nãose pode impedir a criação de um partido desses, até porque já existem diversas legendas "de aluguel". Eu imagino que esse novo partidinho será mais uma delas. Se os caras querem o poder pelo voto, não são tão "machos" assim de recusar coligações memo não encabeçando-as, como dizem. Será apenas mais um reduto conservador, só que "seletivo" para milicos. As "cabeças pensantes" deles já se igualam às de outros tantos que conhecemos por aí.
Eu pessoalmente me preocupo muito MENOS com o PMB do que com a possibilidade de um luciano Huck ser "trabalhado" aos poucos pra se candidatar à presidência do país. Isso SIM em minha opinião é algo muito grave!!!

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"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma."
(Joseph Pulitzer)