Vange Leonel
Cantora, Escritora, Lésbica e Feminista Ciborgue
(Como está escrito em seu Blog)
Seja lá quem ou o que nos criou nos fez de todas as cores, raças, sexos, espécies e orientações sexuais. Mas quando alguém defende equiparação de direitos e tratamento ético para todos é taxado de chato-politicamente-correto. Claro que a reivindicação de direitos não deve ser rancorosa e eu acredito no poder revolucionário do humor. No entanto, os que se dizem contrários à “correção política” pecam igualmente pelo mau-humor (e falta de originalidade) quando, por exemplo, chamam feminista de mal-amada e ambientalista de eco-chato.
Confesso que não aprecio o termo “politicamente correto” porque acho correção algo mais apropriado para ambientes penitenciários. Prefiro a expressão “politicamente responsável”, que implica numa responsabilidade por aquilo que se fala e faz, correto ou não. Quando você apela para tiradas do tipo “toda loura é burra” ou “não sei por que bato, mas minha mulher sabe por que apanha” pode até arrancar um riso ou outro, mas a piada tem fôlego curto: vai ter graça só até o momento em que sua mãe, irmã ou filha apanharem do marido e uma loura te superar num teste de inteligência.
É sempre bom lembrar que não existe fato fora de contexto, generalização que sempre se sustente ou ação (ou piada) sem responsabilidade e conseqüência. Não há razão ou espírito na provocação pela pura provocação. Precisamos de mais discussões generosas, contextualizadas, grávidas de suas próprias contradições, não-inocentes e aprofundadas. Reduzir a questão entre os que são contra ou a favor da correção política é burrice.
Engolido do Blog da Vange Leonel
Opinião dO Cachete:
Um belo texto!
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