No dia nove de novembro, o Dr. Paulo Roberto Costa Lima, médico urologista e professor da Universidade de Pernambuco, soube que estava sendo "devolvido" à Secretaria de Saúde do Estado. No documento, assinado pelo diretor do Hospital Oswaldo Cruz, prof. Railton Bezerra, a alegação era de que o médico havia apresentado "incompatibilidade com as normas emanadas da chefia do serviço e de relacionamento com os demais membros", e que, apesar de "todas as tentativas institucionais para sua manutenção no quadro de funcionários", foi determinada a devolução do servidor. Surpreso, o médico que há alguns meses havia denunciado um punhado de práticas irregulares dos colegas, procurou o Blog de Jamildo para tornar pública a constrangedora situação em que se encontra.
De um lado, a possibilidade de trabalhar menos e ganhar, possivelmente, mais. Do outro, centenas de pacientes que dependem dos seus serviços para sobreviverem. Nessa encruzilhada o médico, que não é jovem, optou por tentar manter-se no corre-corre do Hospital.
"Eu não perderia nada indo para a secretaria, iria ganhar até mais. Mas e meus pacientes? Há procedimentos que eu sou o único no Estado que faz, pelo doutorado que fiz, inclusive com verba da própria UPE", contou emocionado o urologista.
Entre as denúncias feitas pelo servidor que levaram ao seu afastamento, estão a queixa de médicos que não cumprem a carga horária prevista no contrato e as denúncias de colegas que deixam seus residentes desassistidos em procedimentos cirúrgicos.
"No serviço público, quem quer trabalhar é prejudicado pelos que não querem. E ao invés de ser aberta uma sindicância ou darem inicio a uma investigação, a resposta das minhas denúncias foi meu afastamento", lamentou.
O Conselho Gestor do Hospital bem que tentou encaminhar à direção as denúncias feitas. Em documento assinado ainda em agosto, três meses antes do afastamento, o Conselho recomendou a abertura de sindicância para que fossem apuradas as irregularidades, porém, como não tem autonomia para tal, não passou da recomendação.
Principal preocupação de Dr. Paulo Roberto, os pacientes já se queixam da falta que faz o afastamento do "Doutor":
"Já estamos sentido essa situação. Além de médico ele é um amigo, é humano. Não entendo, sinceramente, o porquê do afastamento. Não há respaldo algum nos motivos alegados", declarou o paciente Cláudio Henrique.
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