Na campanha que uma parte da mídia faz contra o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, temos de tudo: pouca informação, muita especulação, reportagem preguiçosa e descaso com os limites éticos do jornalismo. E o velho argumento de que os fins justificam os meios.
Esses veículos se voltaram contra Pimentel no dia seguinte ao da saída do ex-ministro do Trabalho. Pode ter sido coincidência, mas é pouco provável. O que parece é que queriam manter a “crise ministerial” na primeira página.
Uma das maneiras de consegui-lo é misturar gregos e troianos, alhos e bugalhos. Deliberadamente, o “caso Pimentel” foi confundido com outros, diferentes em aspectos fundamentais. Ele virou “mais um” ministro do governo Dilma “envolvido em irregularidades”.
O mais extraordinário, em seu caso, é que ninguém lhe faz qualquer denúncia concreta. Não há sequer suspeita de que tenha agido de forma errada como ministro ou permitido que alguém fizesse algo condenável no seu ministério.
Não se beneficiou do cargo para obter vantagens. Não canalizou recursos públicos para finalidades ilegais ou criticáveis. Não roubou, nem deixou roubar.
Sua “irregularidade” teria sido criar uma empresa de consultoria econômica quando deixou a prefeitura de Belo Horizonte, e que funcionou entre 2009 e outubro de 2010. Uma empresa igual a milhares de outras, com faturamento apenas médio.
Para mantê-lo em cheque, o acusam de ter feito, através dela, “tráfico de influência”, sem conseguir aduzir qualquer evidência, minimamente palpável, para corroborá-lo. Passaram a questioná-lo no tom inquisitorial reservado, nas delegacias de polícia, a quem é flagrado em delito: “tudo que você disser será usado contra você”.
Leia a íntegra em As Denúncias contra Pimentel
Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
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